sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Diário do Baú "João, Pobre João" parte 1





O baú disse que era uma vez um lugar muito bonito, onde o sol brilhava o ano todo. Nesse lugar havia uma montanha, um campo muito verde e uma casinha no meio de tudo isso. Nessa casinha morava João e sua família. Lá eles criavam ovelhas e cabras que lhes davam lã e leite e também cultivavam uma horta e um jardim bem florido. Tudo parecia muito feliz, mas João se sentia triste.
Seus olhos estavam sempre voltados para o alto. Se ele estivesse pastoreando ou colhendo verduras, olhava sempre para o alto, exatamente na mesma direção. O sonho de João estava no alto da montanha, onde havia um maravilhoso castelo.
Ele dizia: - Um dia esse castelo vai ser meu!
No castelo, morava o rei, a rainha e toda sua corte. O lugar era divino, cheio de riquezas e belezas, onde se dizia, a mais maravilhosa ser a princesa. Uma moça linda que tocava cítara e cantava na sua janela da torre rosada, todas as tardes. João não sabia se queria se casar com a princesa, se queria dominar o rei ou se somente desejava morar no castelo.
Um dia comunicou aos pais a vontade de ir embora, de buscar sua fortuna. O pai ficou zangado, a mãe chorou e seus irmãos perguntaram, porque partir? Não seria feliz?
- Não sei, disse João, só sei que devo partir.
E foi. Tomou o rumo da estrada e seguiu caminhando durante dias até encontrar uma aldeia. Procurou uma hospedaria e disse que não possuía dinheiro. Conseguiu um lugar para dormir e um prato de comida em troca de trabalho. Trabalhou de manhã junto a um ferreiro fazendo espadas e facões, de tarde limpava estátuas num museu, e de noite, ajudava o alfaiate a dobrar e cortar tecidos. Durante três anos juntou bastante dinheiro e decidiu partir.
- como partir? Não és feliz aqui? Ficastes até rico. Procure uma mulher, se case e fique por aqui.
João agradeceu e partiu. Antes disso, comprou roupas novas e bonitas e um cavalo branco todo bem enfeitado. Viajou meio mundo e foi parar na frente do velho castelo do alto da montanha.
Bateu à porta e pediu para falar com o rei. Quando o guarda veio atender ouviu de João a proposta de que queria comprar o castelo.
- diga ao rei fazer seu preço, eu trouxe bastante dinheiro – mostrando o saco de moedas pendurado ao cavalo.
O guarda, irritado e achando que se tratava de um louco varrido, deu um empurrão no João, que caiu longe e ficou no chão.
Apareceu um nobre que ajudou João a levantar e perguntou o ocorrido. O rapaz contou e o nobre deu risadas.
- ora meu jovem, então você acha que é assim que se conquista um castelo? Comprando com um saco de moedas? Um castelo tem que ser conquistado em guerra, em batalhas... os vitoriosos se apoderam das propriedades dos derrotados...
João ouvia tudo atentamente.
- você por um acaso, já salvou uma princesa em apuros? Já enfrentou um dragão? Meu rapaz, você precisa aprender muitas coisas nessa vida. Falou e partiu.
Se vocês quiserem saber qual a decisão de João, perguntem ao nobre filho que existe no seu palácio, ele andou passeando por esses lados da montanha.
























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