quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Diário do Baú - 5 à 14 de agosto



Nessas duas primeiras semanas de reencontro com nossos queridos aventureiros, a história que o velho baú nos contou veio de um lugar bem frio e nublado, no norte da Europa, onde uma certa vez, numa estrada sinuosa e gelada, caminhava um mendigo. Ele estava bastante cansado, com fome e necessitava urgentemente de ajuda. Ao chegar próximo de um vilarejo encontrou casas com luzes acesas. Resolveu pedir comida. Ele pensou:


- Os mendigos existem para que as pessoas mostrem seu lado bom...

Chegou na porta de uma casa e bateu. Um rosto apareceu na janela embaçada e logo sumiu. Depois, o silêncio. O mendigo bateu em outra porta e nada.

O mendigo foi de porta em porta, mas ninguém o atendeu. Encontrou uma Casa de Oração com a porta aberta e entrou. Lá ele encontrou o zelador, sentado perto de uma lareira e o cumprimentou:

- Que a paz esteja com você, meu amigo!

O zelador nem sequer notou a presença do mendigo, que tentou outras vezes, mas não teve sucesso. Ele teve uma idéia. Agarrou um de seus botões do casaco e puxou com força. Arrancou um, arrancou outro, mais outro. O zelador não disse uma palavra, mas já olhava curioso para o mendigo. O mendigo contou os botões, havia cinco.

- Ah se eu tivesse mais um botão! Ele falou. O zelador continuou calado.

- Ah! Se eu tivesse mais um botão....

Finalmente o zelador, dizendo que ninguém daquele lugar estava acostumado a dar nada pra ninguém, por isso, ele nunca teria mais um botão. Porém, curioso, quis saber o que ele faria com mais um botão.


- Eu faria uma deliciosa sopa de botões para todos desta cidade. .

O zelador riu, zombando do mendigo, mas este lhe garantiu que faria realmente uma sopa, caso ele lhe trouxesse outro botão. O zelador, convencido, saiu correndo até a casa do alfaiate e lhe pediu o botão. O alfaiate perguntou pra que seria e o zelador explicou. Ele duvidou que alguém faria uma sopa com aquele botão e resolveu ver com seus próprios olhos. De lá foram para a casa de Dona Lea, conseguir uma panela grande e colher de pau. Ao saber de tudo, ela também se ofereceu pra ir junto. Dona Sara, que cedeu os pratos e Senhor Mendell, que emprestou as colheres, fizeram a mesma coisa. Quando o zelador viu, quase todos da cidade estavam indo em direção à Casa de Oração.


Ao chegarem lá, se reuniram em torno do mendigo o viram preparar a fogo, aquecer a água e despejar os botões. Ficou lá, mexendo e remexendo pra lá e pra cá, aos olhos de todos. Depois de um tempo, provou um pouco do caldo e disse:

- está ficando muito bom, mas se tivesse um pouco de sal....

Rapidamente Dona Vera foi buscar e ainda trouxe um maço de salsinha que tinha de sobra na dispensa. Seguindo esse exemplo, cada um foi até sua casa buscar o que tinha de legumes e verduras. Trouxeram e despejaram na panela fervente.

O mendigo continuou fazendo a sopa enquanto todos observavam atentamente. Agora, se você deseja se deliciar com o final desta história, pergunte ao seu aventureiro preferido. Ele sabe que brincar na cama elástica, balançar no trapézio e dar cambalhotas não foi sopa.


abaixo: outras imagens da aventura.














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