
Eles gostavam de se pendurar nos cipós...

Tudo era normal e tranquilo a não ser pelo fato de que, naquele tempo a noite ainda não existia, e os índios tinham que se esconder como podiam, pois lá fora o sol era sempre muito forte.
Sem a noite eles não poderiam descansar direito, não poderiam dormir e muito menos, sonhar.

O indiozinho estava acompanhado de outros curumins e o pajé percebeu que nada poderia impedí-lo.
O velho feiticeiro então, ensinou ao menino guerreiro, que a noite estava em poder das cobras
que moravam no oco da grande árvore.

Na mesma hora, os curumins se embrenharam na floresta e andaram durante horas até chegarem ao tenebroso esconderijo das serpentes.

Em pouco tempo, a chefe das cobras apareceu e o guerreiro curumim fez seu pedido da noite.
- Eu quero levar a noite pra minha aldeia.
A cobra então, pediu algo muito bom em troca.
O Curumim ofereceu várias coisas e a todas a cobra chefe recusava.

- Isso sim nós queremos! se você trouxer veneno, nós daremos a noite.
Os curumins fizeram bastante veneno e entregaram a chefe das cobras.
A cobra entregou a noite dentro de um coco e disse que ele só poderia ser aberto na aldeia, cercado por todos os índios.

Ao saber que era a noite, a índia, que na verdade era a cobra sucuri disfarçada, caçoou do curumim, o chamando de mentiroso.
O menino guerreiro ficou muito irritado e abriu o coco para mostrar a Índia.

Os curumins fizeram de tudo pra se abrigar em algum lugar, mas não enxergavam nada.

O curumim voltou à toca das cobras e elas deram outro coco ao menino, mas este, não era tão bom quanto o outro e poderia ser que viesse noite misturada.

